terça-feira, 14 de junho de 2011

CICLISTAS, PEDESTRES E ATROPELAMENTOS

RISCO DE PEDALAR OU APENAS CAMINHAR
Sempre tive bicicleta, mas raramente utilizava como passeio. A partir de  1990 tentei utilizá-la mais intensamente como transporte para ir a academia, ao trabalho e a qualquer lugar sem precisar tirar o carro da garagem ou esperar e pagar por ônibus. Nessas aventuras, pois em São Paulo podemos dizer isso, passei por alguns riscos e muitos sustos que me fizeram desistir de andar por duas rodas nessa cidade.

Em 1998 fui ao Japão e lá tive essa condição de poder pegar a bicicleta e ir ao trabalho, ir as compras e a qualquer lugar, até mesmo percursos maiores como trajetos entre cidades. Lá havia algumas ciclovias, porém, não em todos os lugares, e nesse caso havia apenas o respeito do motorista que sempre ultrapassava o ciclista com muito cuidado. Ora, essa educação é tipica dos cidadãos nipônicos, só que não basta apenas isso. Em caso de atropelamento de um ciclista, o condutor do veículo estaria em maus lençóis. As bicicletas tinham que permanecer do lado indicado da pista, os carros tem distância recomendada e a educação entre ciclistas, pedestres e motoristas são seguidas.

Aqui no Brasil é a lei de quem pode mais e da impunidade. Fabrício José Klein, ironicamente filho do ex-ministro dos Transportes Odacir Klein, atropelou, matou e não prestou socorro a vitima, o pedreiro Elias Barbosa de Oliveira Junior. Detalhe, o motorista estava acompanhado pelo pai, o então Ministro em 1996. Na época lembro que o rapaz pagaria cestas básicas para a família, o que é um absurdo, e em 2002 o STJ extinguiu a punição.

Caminhar em São Paulo é sempre um risco, mesmo atravessando as ruas nas faixas de pedestres. Esses dias quase fui atropelado na faixa por um motorista que falava ao celular enquanto dirigia. Peladar, idem.
No ano passado, 49 ciclistas morreram atropelados no trânsito de São Paulo e ontem o empresário de 68 anos Antonio Bertolucci foi atropelado por um ônibus entre a Dr. Arnaldo e Av. Sumaré. Uma morte que provoca comoção e movimentos pró-ciclovias, respeito e espaço para pedestres e ciclistas.